sábado, 30 de abril de 2011

Cocaína

A Erythroxylon coca é uma planta encontrada na América Central e América do Sul. Essas folhas são utilizadas, pelo povo andino, para mascar ou como componente de chás, com a função de aliviar os sintomas decorrentes das grandes altitudes. Entretanto, uma substância alcaloide que constitui cerca de 10% desta parte da planta, chamada benzoilmetilecgonina, é capaz de provocar sérios problemas de saúde e também sociais.

Na primeira fase da extração do alcaloide, as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando em uma pasta denominada sulfato de cocaína. Na segunda e última, utiliza-se ácido clorídrico, formando um pó branco. Assim, neste segundo caso, ela pode ser aspirada, ou dissolvida em água e depois injetada. Já a pasta é fumada em cachimbos, sendo chamada, neste caso, de crack. Há também a merla, que é a cocaína em forma de base, cujos usuários fumam-na pura ou juntamente com maconha.

Atuando no Sistema Nervoso Central, a cocaína provoca euforia, bem estar, sociabilidade. Pelo fato de que nem sempre as pessoas conseguem ter tais sensações naturalmente, e de forma intensa, uma pessoa que se permite utilizar esta substância tende a querer usar novamente, e mais uma vez, e assim sucessivamente.

O coração tende a acelerar, a pressão aumenta e a pupila se dilata. O consumo de oxigênio aumenta, mas a capacidade de captá-lo, diminui. Este fator, juntamente as com arritmias que a substância provoca, deixa o usuário pré-disposto a infartos. O uso frequente também provoca dores musculares, náuseas, calafrios e perda de apetite.

Como a cocaína tende a perder sua eficácia ao longo do tempo de uso, fato este denominado tolerância à droga, o usuário tende a utilizar progressivamente doses mais altas buscando obter, de forma incessante e cada vez mais inconsequente, os mesmos efeitos agradáveis que conseguia no início de seu uso. Dosagens muito frequentes e excessivas provocam alucinações táteis, visuais e auditivas; ansiedade, delírios, agressividade, paranoia.

Este ciclo torna-o também cada vez mais dependente, fazendo de tudo para conseguir a droga, resultando em problemas sérios não só no que tange à sua saúde, mas também em suas relações interpessoais. Afastamento da família e amigos, e até mesmo comportamentos condenáveis, como participação de furtos ou assaltos para obter a droga são comuns.

Além de provocar, em longo prazo, comprometimento dos músculos esqueléticos, existem ainda os agravantes recorrentes da forma de uso. Cocaína injetável, por exemplo, pode provocar a contaminação por doenças infecciosas, como hepatite e AIDS, e infecções locais. No caso daqueles que inalam, comprometimento do olfato, rompimento do septo nasal e complicações respiratórias, estas últimas também típicas dos fumantes, incluindo aí bronquite, tosse persistente e disfunções severas. Gestantes podem ter bebês natimortos, com malformações, ou comprometimento neurológico.

Romper com a droga é difícil, já que o indivíduo tende a se sentir deprimido, irritadiço, e com insônia. Assim, quando um usuário opta por deixá-la, deve receber bastante amparo e ser incentivado neste sentido. É necessária ajuda médica, tanto no processo de desintoxicação quanto tempos depois desta etapa.

O Caminho do Crak no Organismo e Seus Efeitos Devastadores

Um Corpo que cai...
Em estado gasoso _ fumaça; a cocaína, principio ativo do crak; chega aos alvéolos pulmonares _ pontas do sistema respiratório onde é feita a troca entre gás carbônico e oxigênio. A droga entra na circulação pelos alvéolos e atinge o coração. Começa a agir nos órgãos mais irrigados do corpo, especialmente no cérebro.
No sistema nervoso central, interfere nos neurotransmissores _ que fazem a comunicação entre os neurônios _ que fazem a comunicação entre os neurônios; e hiper-estimula a atividade motora. O bem estar e a euforia duram de dois a cinco minutos.
A pressão arterial aumenta assim como os batimentos cardíacos; provoca convulsão, há riscos de enfarte e de derrame cerebral. O crak então chega ao fígado onde é metabolizado. Vai até os rins que o eliminam pela bexiga.
Em uma das canções de John Lennon há uma estrofe de pesado sentido, milhões de jovens já a escutaram e talvez não entenderam sua beleza de idéias; a estrofe em sua versão original diz:
“ Você pode ir à igreja e cantar hinos,
Pode julgar-me pela cor da pele;
Pode viver na mentira uma vida inteira...
Só não pode esconder uma coisa:
Quando você está estragado por dentro!”
Ninguém consegue disfarçar por muito tempo, os estragos que o vicio opera em si...
Janir Joplin costumava dizer, pouco antes de morrer: “ O mundo apreciaria mais minhas canções se soubesse que estou me destruindo aos poucos.”

Maconha

Em 1735, o botânico Carl Lineu nomeou a Maconha como Cannabis sativa. A mesma foi chamada de Cannabis indica, pelo biólogo francês, Jean Baptiste Lamarck.
Assim como outras plantas, a maconha possui dois gêneros: macho e fêmea. Em um mesmo pé pode ter ambas as estruturas sexuais. É a flor do macho que produz o pólen que fecunda a fêmea, quando a flor da fêmea é fecundada ela se enche de sementes e depois morre.

Quando não ocorre fecundação da fêmea, essa excreta uma grande quantidade de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. Dentre as várias substâncias, existe a THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que serve de filtro solar para a planta, pois essa é de clima desértico. Apesar do THC estar presente em toda a planta é na flor da fêmea que se encontra a maior concentração da substância. A real droga da maconha é essa flor.

O THC tem uma propriedade bem curiosa, gruda em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, até mesmo do homem, tais moléculas são conhecidas como receptores de canabinóides, quando ocorre a ligação o receptor opera sutis mudanças químicas dentro da célula, mas não se sabe dizer ao certo quais são elas. Em 1992, o pesquisador israelense Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual temos tal receptor. O receptor serve para ligar-se à outra molécula, a mesma fabricada pelo próprio cérebro, muito semelhante ao THC. A molécula foi batizada por Rauph de anandamida (ananda, em sânscrito, significa “felicidade”). Enfim, o cérebro produz uma substância com efeitos parecidos com os do THC, em doses bem menores.
Não se sabe qual a finalidade da anandamida no cérebro, mas está relacionada ao controle da dor. Pelo fato de haver receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a pensar que a anandamida desempenha um papel mais abrangente do que parece.

Além das formas de uso mais conhecidas há uma especial, a do cânhamo, que é utilizado na produção de tecidos. Supostamente foi pelo fato de Cristóvão Colombo usar tecidos derivantes do cânhamo em suas velas e cordas, assim, juntamente com as embarcações as sementes da maconha também vieram. A idéia era de plantar as sementes, pois se tivesse que ser feita alguma reparação nas velas e cordas, eles teriam o material. Enquanto a maconha era utilizada por pessoas mais pobres, ela não causava tanto medo, repúdio e preconceito. Porém, quando as pessoas de classe média começaram a fazer o uso da droga, surgiu um motivo de preocupação.

Há indícios de que há muitos anos a maconha se faz presente em quase todo o mundo, sua disseminação se deu através de viajantes, esses levavam sementes da maconha, desse modo essa se fazia presente em quase todos os continentes. Por muitos anos a maconha foi considerada legal, sua ilegalidade em vários países, incluindo o Brasil, se deu por volta do século XX. Mas ainda existem países onde a maconha é legal, em outros ela é comercializada unicamente como remédio (auxiliando pacientes no tratamento de doenças, controlando a dor).

No Brasil, a maconha se faz tão presente por existir muitas áreas sem qualquer tipo de vigilância. Com isso fica mais fácil o escoamento da droga. Durante um bom tempo a maconha era comercializada com um preço insignificante. Vários países tentaram mais nenhum conseguiu erradicar a maconha de seu território. A maconha é conhecida em muitos países como “marijuana”. Há boatos de que as tropas revolucionárias de Pancho Villa que chacoalharam as estruturas do poder em 1910, eram adeptos de um baseado no intervalo das batalhas; assim surgiram os conhecidos versos: La cucaracha/ la cucaracha/ ya no puede caminar/ Porque no tiene/ Porque le falta/ marijuana que fumar, atribuídos à Villa.

O efeito causado pela maconha em pessoas que a fuma é variado. Para evitar problemas relacionados à saúde física e mental, é recomendável que a pessoa não faça o uso de drogas (no caso em questão a cannabis), pois pode agravar os problemas relacionados à saúde.

Principais efeitos

Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, concentração de THC na erva consumida e reação do organismo do consumidor com a presença da droga.

Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).

Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.

O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.

Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.

Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.

A venda de drogas deve ser legalizada?

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) defendeu a liberação do plantio de maconha para consumo, em debate sobre o tema. Opinião que deverá ganhar ares de escândalo, principalmente depois de a presidente Dilma Roussef ter prometido “combate sem tréguas” às drogas. Independentemente da opinião que se tenha, chegou a hora de o país ter uma conversa adulta sobre o assunto.
A defesa de maior liberalidade para a venda legal de drogas não divide a “direita” e a “esquerda”, como outros assuntos da esfera pública. Há defensores de ambas as posições nos dois lados da trincheira.
A revista britânica “The Economist”, espécie de bíblia do capitalismo liberal, já se manifestou favoravelmente à liberação de todas as drogas. Para a revista, o Estado não deve se meter na vida privada do cidadão, mesmo quando este quer se autoinfligir algum dano, como é o caso do consumo de drogas.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu declaração no mesmo sentido: “Acho que deveríamos incluir [na liberação] todas as drogas. Todas fazem mal. Mas a política de guerra às drogas não está funcionando”.
Registra-se que os Estados Unidos já tentaram a sua guerra contra a venda de bebidas alcoólicas, com a chamada Lei Seca (1920-1933), o que ajudou a fortalecer o fenômeno do gangsterismo no país.
Lembrando que álcool e cigarro são duas drogas altamente perniciosas – e legais.
Em alguns temas – o aborto é outro deles – seria interessante introduzir uma pitada a mais de razão no debate, ainda que eu saiba a dificuldade em afastar a emoção (religiosidade, etc.) de tais assuntos.
Confesso não ter ainda opinião claramente definida sobre a questão das drogas. Mas é um equívoco sufocar o debate com a satanização de quem defende a sua liberação ou daqueles que defendem a descriminalização do aborto.

Alerta: 22 novas drogas fatais ao coração

Um relatório divulgado esta semana mostra que foram identificadas, só durante o ano passado, 24 novas drogas ilegais vendidas no mercado paralelo, todas com potencial de aumentar os casos de infartos em jovens
A European Monitoring Centre for Drug Addiction (Emcdda), responsável pelo levantamento feito em parceria com a Polícia Federal da União Europeia, classifica como “recorde” as identificações em apenas um ano. Foi mais do que o dobro das reportadas em 2008 (13 naquele ano).

O dossiê deixou autoridades do mundo todo em alerta por causa de dois motivos principais, avalia o fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone Walter Maierovitchi – entidade que também recebeu o documento.

O primeiro é que 22 das 24 novas drogas são sintéticas, ou seja, feitas em laboratório e com potencial tóxico ainda maior. O segundo é que a internet é o terreno fértil para a venda destes produtos ilegais, o que amplia o alcance de usuários em todos os continentes, não só o europeu.

Feitas a base de anfetamina e outras substâncias já identificadas em ecstasy, as novas drogas sintéticas contribuem para agravar o cenário dos problemas cardíacos em pessoas com menos de 30 anos. O consumo das chamadas “pílulas do amor” transforma o coração em bomba-relógio e é o principal responsável pela falência precoce do músculo cardíaco.

Coração “pilhado” e doente

No Brasil, uma em cada quatro vítimas de infarto nesta faixa-etária é usuária de cocaína, ecstasy ou outro psicoativo, dado que foi apresentado nesta quinta-feira, 29, aos principais médicos do País, durante o Congresso da Sociedade Paulista de Cardiologia (Socesp).

Rui Ramos, médico da Socesp e debatedor do tema, afirmou que o contexto do usuário deste tipo de droga é agravado por outros hábitos. No geral eles fumam cigarro e consomem bebidas alcoólicas, o que fragiliza ainda mais o coração. Outro agravante é: “ficar pilhado” também sobrecarrega o coração. O risco de problema é aumentado em 50%.

Ronaldo Laranjeira, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especializado em drogas, disse em entrevista recente ao iG que o Brasil é um dos poucos países que ainda registra aumento de consumo de cocaína junto com ecastasy – na Europa há declínio só do uso de coca – e isso é o preço pago “por não ter um sistema de saúde estruturado para o atendimento do dependente”.

“É uma soma de fatores”, acrescenta Marcelo Sampaio, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese e autor de uma pesquisa sobre infartos em jovens. “Dos infartados a maioria é fumante (92%). Os mais novos estão mais estressados, mais obesos, comendo pior. Tudo isso favorece a ocorrência de problemas cardiovasculares”, resume.
Felipe usava crack e teve overdose por causa de ecstasy
Overdose na rave

Felipe, 22 anos, já colocou em risco sua vida por causa das drogas sintéticas. O “pescoço” foi a prêmio depois que foi preso, perdeu todas “as balas” que vendia na porta da faculdade e entrou em dívida com o dono da boca que oferecia o emprego de vendedor. Já o coração entrou em colapso quando, em uma só noite, o jovem consumiu oito comprimidos de ecstasy numa rave. A overdose, a segunda da sua vida, foi o gatilho para buscar ajuda médica.

Apesar dos comprimidos, o crack é apontado pelo jovem como a droga que mais o devastou. “Uma mistura letal", reconhece ele. "Um alerta também para os jovens que pensam que bala não vicia. Eu traficava para usar", afirmou.

O mesmo ecstasy que fez Felipe ver a morte de perto para procurar uma nova vida, poderia ter sido o último capítulo caso a personagem real fosse uma mulher. Para o sexo feminino, o infarto é duas vezes mais fulminante, ainda mais se incentivado pelo uso de drogas.

A Era Apocalíptica

Água: essencial para a vida no planeta. E está acabando.

Sem água, sem vida. Simples assim.

GUERRA SERÁ?



A Terra é azul porque três quartos da sua superfície está coberta de água. Pena que 97,5% pertença aos oceanos. Da pequena parcela que corresponde à água doce, 90% está estocada nos pólos e no subsolo. O resultado final é que somente 0,26% de toda água existente está disponível para consumo humano. Não é de admirar que estejamos à beira de uma grande crise e que em regiões de mais intensa escassez como no Oriente Médio se fale em guerras pela água, o bem mais precioso.

Mesmo no Brasil, onde estão 12% das reservas planetárias de água doce, a distribuição e o acesso são desiguais. Kyoto, Osaka e Shiga, onde vivem quase 6 milhões de japoneses, sediaram o 3º Fórum Mundial da Água ocorrido entre o dia 16 e 23 de março de 2003 com a participação de 180 países e 24 mil delegados, assistindo a intensos debates sobre como levar à prática resoluções já tomadas em mega-reuniões anteriores da ONU, como a Rio + 10 de Joanesburgo em 2002 e a que originou a Declaração do Milênio no ano 2000, onde se prevê reduzir à metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso a água potável e segura (e a serviços de saneamento básico). Para que tais metas se concretizem, será preciso aplicar nos países em desenvolvimento e em transição (Europa Oriental) 180 bilhões de dólares anualmente, ao longo dos próximos 25 anos. Hoje, os gastos anuais são de 80 bilhões.

"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal, tem muitas discrepâncias", diz o coordenador da área de meio ambiente da Unesco no Brasil, Celso Schenkel. Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.

O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³), seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).

Em todo o mundo, as mudanças climáticas serão responsáveis por 20% do aumento da falta d’água, diz o relatório. Não somente nas zonas propensas à seca, mas também nas áreas tropicais e subtropicais as chuvas devem ser menos intensas e menos freqüentes.

Seis mil crianças com menos de cinco anos morrem por dia em todo o mundo em razão de doenças relacionadas a impurezas da água consumida. O informe alerta que a escassez nos reservatórios será resultado do crescimento populacional, da poluição e das mudanças climáticas. A previsão é de que a disponibilidade de água por pessoa vai cair um terço nos próximos 20 anos.



O relatório foi uma das mais importantes contribuições levadas ao 3º Fórum Mundial da Água, em Kyoto. O trabalho da Unesco destaca ainda que, até 2050, dois milhões de pessoas de 48 países enfrentarão problemas de escassez de água. Isso numa projeção otimista. Numa avaliação pessimista, a crise poderá afetar sete milhões de pessoas em 60 países. Os países mais pobres em oferta de água são: o Kuait, com dez metros cúbicos de água por pessoa ao ano, a Faixa de Gaza, com 52 metros cúbicos, e os Emirados Árabes, com 58 metros cúbicos. O país com a melhor oferta de água no mundo é a Groelândia.

O relatório das Nações Unidas é o maior já produzido sobre a disponibilidade e a qualidade da água no mundo.

O diretor do Programa Mundial de Água da Unesco, agência da ONU responsável pelo relatório, Gordon Young, afirmou à agência Reuters que não existe água em condições higiênicas e sanitárias adequadas para cerca de 40 % da população mundial. "Este fato é uma tragédia absoluta", disse ele.

O diretor da Unesco ressaltou que os líderes mundiais não demonstram disposição em resolver a queda no abastecimento de água.

Para Gordon Young, os políticos atuais gastam muitos recursos na construção de armamentos e, por isso, não sobra dinheiro para a implementação de projetos para melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de água disponível.

De acordo com o relatório da ONU, cerca de seis milhões de toneladas de lixo são despejadas por dia em rios, lagos e canais.



Grande parte da água limpa no mundo é utilizada em irrigação. Para a ONU, a economia seria maior se a água suja fosse tratada e utilizada na colheita de alimentos.

A ONU incluiu no documento um ranking de países no que se refere ao tratamento da água. Finlândia, Canadá, Nova Zelândia e Grã-Bretanha apresentaram os melhores desempenhos. A Bélgica ficou atrás de países como Índia e Marrocos.

O relatório das Nações Unidas alerta também para o risco de conflitos por causa da escassez de água, principalmente no Oriente Médio.

O Alarmismo




O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.

A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo.

Qual o volume de água potável disponível?

· Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6% está concentrada nos oceanos (tabela 1.1). A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça isso: destes 2,4% somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.

Assustado? A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação a água.



O que está sendo feito em relação a isso?

· Em decorrência das notícias alarmistas vários países já começam a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em lucrar em cima da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito com o petróleo.

· A população se prepara para tempos ruins, onde o consumo de água deverá ser significativamente reduzido. Existe uma tendência mundial de culpar e perseguir aqueles que, mesmo pagando, consomem mais.

Neste relatório iremos fornecer alguns dados, cientificamente embasados, que irão adicionar uma nova perspectiva àquela gerada pelas projeções catastróficas acima.

As reservas mundiais de água



Em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito a água, estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial.

A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.

Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.





CICLO HIDROLÓGICO



O causador deste fenômeno é um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo formando os importantes aquíferos subterrâneos, e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta (clique na foto para detalhes).

A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como muitos dizem. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água aproveitável da Terra.

O Brasil é altamente privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global. Nós temos um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Estes números devem ser encarados com uma certa reserva pois a distribuição de água no Brasil, como veremos adiante, também é bastante irregular. A Amazônia, o lugar mais rico em água potável superficial de todo o Planeta está distante dos grandes centros urbanos nacionais.

Conclusão 1: O gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.

Como é consumida a água?

"A rã não bebe toda a água do tanque onde mora" - Provérbio indígena norte-americano

Existem diferentes cálculos sobre a quantidade diária de água que um ser humano necessita para viver adequadamente. Alguns levam em consideração apenas o imprescindível para matar a sede, cozinhar e tomar banho; outros incluem o necessário para a limpeza de roupas e espaços.

Esses cálculos variam de 25 litros a 50 litros diários, o que indicam volumes de 9.125 litros a 18.250 litros por pessoa ao ano.

Ocorre que o volume de reserva de água doce por pessoa vem diminuindo com o passar do tempo, conforme podemos observar na tabela abaixo:



A realidade, entretanto, exige mais água: para cultivar uma horta, para o trato de animais domésticos, para o cuidado especial de doentes, para a limpeza pública e de locais de trabalho... E o desenvolvimento tecnológico cria novas necessidades, como as máquinas de lavar roupas e louças ou os automóveis. Veja, abaixo, a média do consumo em litros de água para algumas atividades do cotidiano:



Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) classificou os países em cinco categorias. Para isso levou em consideração o volume de água renovável dividido pelo tamanho da população, começando por um mínimo de 1 milhão de litros para cada uma.

Na categoria escassez, estão os países nos quais há menos de 1 milhão de litros por pessoa anualmente — são os que se encontram em pior situação. Na categoria “água no limite” estão os países que possuem entre 1 milhão e 1,7 milhão de litros por pessoa ao ano.

O Brasil está no melhor grupo, com mais de 10 milhões de litros de água doce disponível por habitante anualmente, mas as maiores reservas estão no norte, longe das grandes cidades.

Atualmente, entre os 6 bilhões de habitantes do mundo, 500 milhões já vivem no pior grupo, em países do norte da África (como o Egito, a Líbia e a Argélia) e na Península Arábica (como a Arábia Saudita, a Síria e a Jordânia).

A Índia, com cerca de 1 bilhão de habitantes, está no grupo de “água no limite”, e a China, com mais de 1 bilhão, no grupo de “água insuficiente”.

A ONU calcula que, no ano 2050, o mundo terá uma população de 8,9 bilhões de pessoas, das quais 4 bilhões viverão em países com escassez crônica de água, o pior grupo. Nesses países, a escassez de água poderá provocar problemas graves na saúde pública e inviabilizar o crescimento da economia e a geração de empregos.

Para conseguir abastecer-se de água, os países que sofrem com a escassez utilizam diferentes métodos: o transporte por caminhões, por navios tanques e também em gigantescos sacos plásticos arrastados por navios.

O consumo de água no planeta é que ditará as políticas de gerenciamento da água.

O consumo de água per capita varia de país para país e de lugar para lugar. Alguns exemplos abaixo.



Na tabela acima observamos que o consumo é significativamente maior nos países desenvolvidos quando comparados ao Brasil. No Brasil o maior consumo per capita é observado no Distrito Federal que é ainda 33% menor que o consumo médio do Canadá.

O principal uso de água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. As águas públicas, que precisam tratamento e transporte tem uma distribuição diferente. Aproximadamente 60% desta água será usada para fins domésticos, 15% para fins comerciais e 13% em indústrias. O restante para fins públicos e outras necessidades.



No Brasil o consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez ao longo do século 20. Mesmo assim existem milhões de cidadãos sem acesso a água de qualidade. Da mesma forma milhões de casas não tem rede de esgotos.

É necessário um investimento significativo, por parte das autoridades, neste setor. Se este investimento não for efetuado, em pouco tempo teremos o caos social derivado pela falta d'água. Neste caso o grande culpado será, mais uma vez, a falta de previsão e de investimentos do setor público e não o cidadão.

Já, nos outros países onde além do problema de gerenciamento existe a falta de reservas de água o problema poderá ser, realmente, gravíssimo no futuro próximo.

A tecnologia mais promissora é a dessalinização da água dos mares e lagos salgados, que pode ser feita por meio da filtragem ou da destilação da água em usinas. De 1980 ao ano 2000, o preço do metro cúbico de água do mar dessalinizada diminuiu de 5,50 dólares para 55 centavos de dólar, e este parece ser o método que será o mais adotado.

Outras soluções são a cobertura de encostas e áreas com plásticos para a captação de orvalho e chuva e seu armazenamento em cisternas, além do tratamento da água usada para ser reutilizada, a chamada água de reúso.

A água no Brasil

O nosso país, conforme dito, é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-árido do Nordeste.

Isso não é nenhuma novidade!

O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aquíferos subterrâneos.

O Brasil detém 11,6% da água doce superficial do mundo. Os 70% da água disponível para uso estão localizadas na Região Amazônica, que representa apenas 7% da população do País. Enquanto que os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo País, para atender os 93% restantes. Estima-se que 51% do abastecimento de água no Brasil são feitos por captações subterrâneas através de 200.000 poços tubulares e mais de 1 milhão de poços/cacimbas. A ausência de controle sobre as diversas atividades do homem (práticas domésticas, agrícola e comercial) modificadoras dos mecanismos de reposição natural da água, principalmente dos recursos hídricos subterrâneos, denotam a importância da regulamentação e controle sobre os nossos recursos.

No Brasil, 92,7% das residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades. "Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia", diz o diretor da Agência Nacional de Águas, Benedito Braga. No que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar. É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água. Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de água pura. "De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta", afirma o diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.



A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos

Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de aquíferos.

O maior aqüífero conhecido do mundo, O AQÜÍFERO GUARANI, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil, (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina, (255.000 Km²).

Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.

Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas o aquífero será terrivelmente atingido.

A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.
Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água.

O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.

Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu volume.

Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento.

Conclusão 2: O Brasil tem, provavelmente, as maiores reservas de água do mundo. Estas reservas estão distribuídas em todo o Território Nacional. O mapeamento dos principais mananciais subterrâneos do Brasil deve ser uma prioridade. Mais ainda é fundamental que seja monitorada a qualidade da água que penetra nos aquíferos evitando, por intermédio de pesadas multas, a poluição e contaminação desta água o que pode comprometer um dos maiores bens do País.

Reservas alternativas de água

A única maneira de acabar com a água da Terra é acabando com o planeta.

A água está presente em praticamente todos os ambientes conhecidos. Na atmosfera, na superfície, nos aquíferos subterrâneos, nos seres vivos, nas emanações vulcânicas e também na maioria das rochas.

As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais hidratados. Se alguém tiver interesse em calcular a quantidade de água encerrada na estrutura de minerais formadores de rocha verá que o volume é simplesmente imenso. É lógico que , nas condições atuais essas reservas são apenas teóricas, já que o custo da extração desta água será muito elevado e anti-econômico. No entanto esta tecnologia poderá ser útil na conquista de planetas com pouca água como Marte.

Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são:

Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos.

Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas.

Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.

Por exemplo: somente a água que é precipitada na Grande S. Paulo durante os meses de janeiro a março é superior em volume a todo o consumo desta cidade em um ano. Este exemplo é válido para quase todos os locais onde existem estações chuvosas.



Precipitação média mensal (mm) em São Paulo no período 1961-1990

Conclusão final: A água da terra não está acabando. Na realidade a água da superfície terrestre pode estar aumentando pela adição de água vulcânica. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países carentes que terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil não deverá ter problema de falta de água se os governantes investirem adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição das águas deve ser considerada a prioridade número um dos Governantes.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A UNICEF IDENTIFICA OS CINCO PRINCIPAIS MOTIVOS DE PREOCUPAÇÃO RELATIVAMENTE ÀS CRIANÇAS

A UNICEF IDENTIFICA OS CINCO PRINCIPAIS MOTIVOS DE PREOCUPAÇÃO
RELATIVAMENTE ÀS CRIANÇAS EM 2004
Ultrapassar os obstáculos que as crianças enfrentam é fundamental para o progresso
humano
Nova York, 31 de Dezembro de 2003 – Ao assinalar a entrada de um Novo Ano chamando a
atenção para as necessidades das crianças nos países em desenvolvimento, a UNICEF identificou
hoje os cinco motivos de maior preocupação no que diz respeito às crianças em 2004:
sobrevivência infantil, os efeitos do VIH/SIDA, crianças vítimas de guerra, exploração e falta de
investimento.
“Cada uma destas questões por si só coloca problemas terríveis a centenas de milhões crianças”,
afirmou a Directora Executiva da UNICEF Carol Bellamy. “Em conjunto, constituem um imperativo
global para que se faça muito mais para as crianças em 2004.”
A senhora Bellamy detalhou estas cinco questões preocupantes:
Sobrevivência infantil: Cerca de 11 milhões de crianças morrem anualmente antes de
completarem cinco anos de idade e muitas dezenas de milhões ficam com deficiências físicas e/ou
mentais ou com dificuldades de aprendizagem – única e exclusivamente porque aos pais ou quem
delas toma conta falta o essencial para que as crianças (nos primeiros anos de vida) possam
sobreviver e desenvolver-se. O sarampo, a malária e a diarreia são três das principais causas de
morte, no entanto são doenças que se podem prevenir ou tratar.
O VIH/SIDA: Mais de metade das novas infecções ocorrem em jovens com menos de 25 anos,
sendo as raparigas mais duramente atingidas do que os rapazes. Há actualmente perto de 14
milhões de crianças órfãs de SIDA, das quais 11 milhões vivem na região de África a sul do Sara.
Em 2010, espera-se que o número de crianças desta região que terão perdido os pais devido à
epidemia chegue aos 20 milhões.
Crianças vítimas de guerra: Só na última década, mais de 2 milhões de crianças morreram em
consequência directa de conflitos armados, e mais do triplo ficaram com deficiências para o resto
da vida ou foram gravemente feridas. Calcula-se que 20 milhões de crianças foram ob rigadas a
abandonar as suas casas e mais de 1 milhão ficaram órfãs ou separadas das suas famílias.
Exploração: Abusos, exploração e violência roubam a infância de centenas de milhões de
crianças: cerca de 246 milhões de crianças trabalham, das quais 171 milhões em condições
perigosas. Estima-se que 1.2 milhões de crianças são traficadas todos os anos, e pensa-se que 2
milhões de crianças, sobretudo raparigas, são objecto de tráfico para o negócio do sexo. Calculase que haverá mais de 300.000 crianças-soldado, algumas com apenas oito anos de idade,
exploradas em conflitos armados em mais de 30 países espalhados pelo mundo.
Investimento insuficiente nas Crianças: São muitos os governos, tanto no mundo industrializado
como nos países em desenvolvimento, que não reconhecem que investir em áreas relacionadas
com as crianças significa investir no futuro dos seus países. Na década de 90, o montante global
da ajuda aos países em desenvolvimento decresceu, apesar do agravamento de problemas como
a SIDA. As crianças não têm a prioridade que merecem.

Á GUERRA

O Pobre Diabo Face à Guerra
Se tivessem contado ao diabo, que sempre teve uma enorme paixão pela guerra, que um dia haveria homens para quem a continuação desta representa um interesse comercial, que eles nem se dão ao trabalho de disfarçar e cujo produto ainda os ajuda a ocupar um lugar de destaque na sociedade, ele teria dito para irem contar isso à avó dele. Mas depois, quando se tivesse convencido do facto, o inferno teria ficado abrasado de vergonha e ele não teria outro remédio senão reconhecer que toda a vida fora um pobre diabo! palavras ditas pelo Karl Kraus, in 'O Archote'

A guerra é a princípio a esperança de que a vida nos venha a correr melhor, a seguir, a expectativa de que corra pior aos outros, depois, a satisfação por ela também não correr melhor aos outros, e, mais tarde, a surpresa por ela correr pior a ambos.
O maior poder de fogo é uma vantagem, quando serve para proteger um património cultural ainda mais importante que ele. Mas como o maior poder de fogo exclui a existência de um património cultural mais importante, só nos resta, para explicar a vantagem do maior poder de fogo, a conjectura de que o maior poder de fogo serve para proteger o maior poder de fogo. Causa das guerras: cada homem, cada grupo humano sente-se, com todo o direito, mestre legítimo e possuidor do universo. Mas esta posse é mal entendida, por desconhecimento de que o acesso - tanto quanto é possível ao homem sobre a terra - passa, em cada um, pelo seu próprio corpo.
Alexandre está para um camponês proprietário como Don Juan para um marido feliz. Pouco interessa o que os homens pensam da guerra, disse o juiz. A guerra perdura. É o mesmo que perguntar-lhes o que acham da pedra. A guerra sempre esteve presente. Antes de o homem existir, a guerra já estava à espera dele. O ofício supremo a aguardar o seu supremo artífice. Sempre foi assim e sempre assim será. Assim e não de outra forma.
(...) Os homens nasceram para jogar. Nada mais. Todo o garoto sabe que a brincadeira é uma ocupação mais nobre do que o trabalho. Sabe também que a excelência ou mérito de um jogo não é inerente ao jogo em si, mas reside, isso sim, no valor daquilo que os jogadores arriscam. Os jogos de azar exigem que se façam apostas, sem o que não fazem sequer sentido. Os desportos implicam medir a destreza e a força dos adversários e a humilhação da derrota e o orgulho da vitória constituem em si mesmos aposta suficiente, pois traduzem o valor dos contendores e definem-nos. Porém, quer se trate de contendas cuja sorte se decide pelo azar quer pelo mérito, todos os jogos anseiam elevar-se à condição da guerra, pois nesta aquilo que se aposta devora tudo, o jogo, os jogadores, tudo.
Imaginem dois homens a jogar às cartas que nada têm para apostar a não ser as próprias vidas. Quem é que não ouviu já uma história assim? Uma carta virada. Para um tal jogador, a laboriosa progressão do universo inteiro veio desembocar naquele momento decisivo que irá decidir se é ele que vai morrer às mãos do adversário ou o inverso. Haverá certificação mais segura do valor de um homem? Este engrandecimento do jogo até ao seu estado supremo não admite discussão em torno do conceito de destino. A escolha de um homem em detrimento de outro é uma preferência absoluta e irrevogável e só uma pessoa destituída de inteligência poderia imaginar uma decisão tão profunda sem que a ela presidisse um qualquer intento ou significado de ordem superior. Nos jogos que têm como objecitvo a aniquilação do vencido, as decisões são muito claras. Este homem, que tem nas mãos esta combinação particular de cartas, vê a sua existência chegar ao fim por esse motivo. Eis a natureza da guerra, cujo prémio é a um tempo o jogo e a autoridade e a justificação. Vista desta maneira, a guerra é a forma mais genuína de adivinhação. É pôr à prova a nossa vontade e a vontade de outrem no quadro daquela vontade mais vasta que, pelo facto de vincular todas as vontades individuais, é obrigada a escolher. A guerra é o jogo supremo porque representa, em última análise, o romper da unidade da existência. A guerra é deus.
As leis da moral são uma invenção da humanidade para privar dos seus direitos os mais poderosos em favor dos fracos. As leis da história subvertem as leis da moral a cada passo. A validade de uma perspectiva moral nunca pode ser confirmada ou infirmada por um qualquer exame definitivo. Quando um homem cai morto num duelo, isso não demonstra que as suas ideias eram erradas. O facto de ele se ter envolvido numa tal prova apenas atesta uma nova e mais vasta perspectiva. A vontade dos duelistas de renunciar a quaisquer novas discussões, reconhecendo o carácter trivial de todo e qualquer debate, e de apelar directamente às instãncias do absoluto histórico indica claramente a pouca importância de que se revestem as opiniões e a grande importância das divergências em torno dessas mesmas opiniões. Pois a discussão é efectivamente trivial, mas o mesmo não se pode dizer das vontades opostas que a discussão pôs em relevo.
A vaidade humana é bem capaz de tocar as raias do infinito, mas o seu saber permanece imperfeito, e, por mais que ele acabe por valorizar os seus próprios juízos, em última análise vê-se obrigado a submetê-los a um tribunal superior. Na guerra, não há lugar a recurso. Aí, quaisquer considerações em torno da equidade, da rectidão e dos direitos morais são esvaziadas de todo o valor e fundamento e os pontos de vista dos litigantes são desprezados. As decisões de vida e de morte, do que há-de ser e do que não há-de ser, ultrapassam todos os critérios de certo ou errado. As escolhas desta magnitude subordinam aos seus ditames todos os dilemas menores, morais, espirituais, naturais. As guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio. Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil.
Todos os ideais e todas as ambições são um desvairo de comadres homens. Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança. Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata. Que império é útil ou que ideal profícuo?
Tudo é humanidade, e a humanidade é sempre a mesma - variável mas inaperfeiçoável, oscilante mas improgressiva. Perante o curso inimplorável das coisas, a vida que tivemos sem saber como e perderemos sem saber quando, o jogo de mil xadrezes que é a vida em comum e luta, o tédio de contemplar sem utilidade o que se não realiza nunca - que pode fazer o sábio senão pedir o repouso, o não ter que pensar em viver, pois basta ter que viver, um pouco de lugar ao sol e ao ar e ao menos o sonho de que há paz do lado de lá dos montes.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sem paciência no trânsito

Tem dias que você acorda sem paciência com o trânsito e, em especial, com as pequenas infrações cometidas pelos motoristas. Esta semana, deparei-me com um condutor trafegando pela contramão em uma via residencial e com pelo menos cinco escolas. Parei o carro, olhei firmemente e dei passagem para o infrator.
Infelizmente, boa parte dos motoristas brasileiros insiste em dar uma “roubadinha” no trânsito. É a lei de levar vantagem em tudo. Não importa o que eles estejam fazendo. O trânsito é um reflexo do comportamento social de um povo e de seus cidadãos.
Na maioria das vezes, o brasileiro, principalmente o que tem condições financeiras de viajar para o exterior, é exemplar e cumpre em Paris (França) ou em Londres (Inglaterra), por exemplo, regras como atravessar na faixa de pedestres, não pisar na grama e, quando aluga um veículo, para em sinaleiras e, pasmem, dá até a preferência para o pedestre.
Ao chegar no Brasil, esquece todas as regras de civilidade. Buzina excessivamente, fura sinal vermelho e nunca dá a preferência para o pedestre. E o que é que deve passar pela cabeça de um cidadão desta estirpe? Acredito que é, no mínimo, um mal educado, uma pessoa que não respeita o direito alheio e, como consequência, nem percebe que está desrespeitando a si próprio.
Se age assim na frente dos filhos, piora ainda mais a situação. Perpetua o seu desrepeito pelo próximo e aí nem pode exigir respeito, companheirismo e ações educados do seu herdeiro. É uma pessoa sem princípios de cidadania.

BULLYING

Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.