sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

SUPERAÇÃO REINSERÇÃO SOCIAL A familía é a principal aliada no processo de tratamento e de reinserção social da pessoa que apresenta dependência . A presença da família é importante durante todo o processo de tratamento da pessoa que apresenta dependência e fundamental também na etapa da reinserção social do ex-usuário de crack. Após o término da fase intensiva de tratamento e com o retorno ao meio familiar, o restabelecimento das relações sociais positivas está diretamente relacionado à manutenção das transformações. Segundo Fátima Sudbrack, psicóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB), um dos primeiros passos para o processo de reinserção social é evitar o isolamento do usuário. “É uma ilusão achar que só a internação vai resolver o problema. Na verdade, a desintoxicação é só uma parte do tratamento, pois o mais importante é a reinserção social. É importante que o dependente saiba com quem pode contar”, explica. É fundamental que a família reconheça que ele está em um processo de recuperação de dependência, compreenda suas dificuldades e ofereça apoio para que ele possa reconstruir sua vida social. “Durante o tratamento os familiares e amigos podem e devem apoiar o dependente, se possível com ajuda profissional. O principal risco para um ex-usuário é se sentir sozinho, desvalorizado e sem a confiança das pessoas próximas”, diz Fátima. A capacidade de acolher e compreender, estabelecer regras claras de convivência familiar, a demonstração de um interesse real em ajudar e de compromisso com a recuperação, além do respeito às diferenças e da manutenção de um ambiente de apoio, carinho e atenção, são atitudes que contribuem para melhorar a qualidade de vida do ex-usuário e ajudam na prevenção de recaídas. “De forma geral, no início é preciso exercer um controle maior sobre as atividades do indivíduo, manter uma rotina mais rigorosa, com acompanhamento. É preciso oferecer toda a ajuda possível, manter uma proximidade maior. O que faltou antes vai ter que ser fortalecido neste momento”, afirma o médico Mauro Soibelman, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É o chamado manejo firme e amigável, expressão usada por psiquiatras especializados no tratamento de dependentes químicos. “Não significa ser autoritário e bruto, apenas firme no propósito de manter o usuário longe do crack”, completa o especialista. De acordo com Raquel Barros, psicóloga da ONG Lua Nova, é preciso dar espaço para a pessoa recomeçar. “Não se trata de fazer de conta que nada está acontecendo, mas de não focar a pessoa só nisso”, ressalta. A procura por um trabalho e a volta aos estudos deve ser incentivada. “É fundamental ocupar o tempo em que o dependente fumava crack com atividades saudáveis, seja com estudos, trabalho, esportes ou caminhadas”, diz Mauro Soibelman. Hábitos sociais Situações de convívio social fora do ambiente familiar tendem a ser desafiadoras para o ex-usuário de crack. Para a psicóloga Fátima Sudbrack, não é recomendado que a pessoa volte a freqüentar casas noturnas, bares ou mantenha contato com amigos que fazem uso de drogas. “Não podemos pedir que a pessoa abandone tudo o que fazia, mas é bem difícil retornar a esses lugares e não voltar a consumir a droga”, diz. O uso de drogas lícitas, mesmo de forma moderada, não é recomendado pela maioria dos especialistas. “O cigarro é mais tolerável, apesar de controverso. Mas o álcool é um grande problema. Mesmo em baixas doses, a bebida alcoólica afrouxa as defesas do usuário e se torna um facilitador para recaídas”, explica Soibelman. Para a psicóloga Fátima Sudbrack, o dependente tende a compensar a ausência do crack com outra droga mais acessível. “Fazendo o uso de álcool e outras drogas ele não vai se recuperar, mas apenas buscar satisfação em outro produto”,
o crack como surgiu o crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de fabricação caseira atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína refinada, mais cara e, por isso, de difícil acesso. Aos jovens atraídos pelo custo da droga juntaram-se usuários de cocaína injetável, que viram no crack uma opção com efeitos igualmente intensos, porém sem risco de contaminação pelo vírus da Aids, que se tornou epidemia na época. No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 e se disseminou inicialmente em São Paulo. “O consumo do crack se alastrou no País por ser uma droga de custo mais baixo que o cloridrato de coca, a cocaína refinada (em pó). Para produzir o crack, os traficantes utilizam menos produtos químicos para fabricação, o que a torna mais barata", explica Oslain Santana, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Segundo estudo dos pesquisadores Solange Nappo e Lúcio Garcia de Oliveira, ambos da Universidade Federal de são Paulo (Unifesp), o primeiro relato do uso do crack em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a primeira apreensão da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de apreensões em 1993 para 1.906 casos em 1995. Para popularizar o crack e aquecer as vendas, os traficantes esgotavam as reservas de outras drogas nos pontos de distribuição, disponibilizando apenas as pedras. Logo, diante da falta de alternativas, os usuários foram obrigados a optar e aderir ao uso. Hoje, a droga está presente nos principais centros urbanos do País. Os dados mais recentes sobre o consumo do crack estão sendo coletados e indicarão as principais regiões afetadas, bem como o perfil do usuário. Segundo, no entanto, pesquisa domiciliar realizada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) em 2005, 0,1% da população brasileira consumia a droga.lamentavelmente.
No Chile Injuv Jornal: Guerra contra as drogas guerra, sobre a juventude Por Eduardo Vergara B . Diretor de Assuntos do Sul e Observatório de Políticas sobre Drogas e Opinião Pública Publicado na Revista RT Injuv , Governo do Chile Apesar das boas intenções, os chilenos mais jovens estão consumindo drogas e um número crescente estão a ser presos e punidos. Lado a lado com essa notícia ruim, o crime organizado está a substituir o Estado em muitos distritos do Chile e aos cartéis mexicanos no México ter encontrado um novo centro de operações. Dadas as metas que os governos recentes foram levantadas, não é nada novo para argumentar que nossa política de drogas falhou. Mas não o suficiente para admitir o fracasso. É imperativo encontrar soluções para reverter a situação antes que seja tarde demais. Lentamente, estamos a fazer os mesmos erros que levaram a países como o México, para cair nas profundezas de uma guerra sangrenta que já matou mais de 60 000 mortes em cinco anos. Aqueles que defendem a atual política argumentam que a realidade chilena é muito diferente do mexicano, colombiano ou Central. Mas eles estão errados. Nosso país já está mostrando sintomas semelhantes aos que viveram todos esses países: a proibição provocou o fortalecimento da violência do crime organizado e do consumo. Ignorar o que está acontecendo em nossa região não é apenas irresponsável, é para dar um impulso aos narcos mais do que o tráfico de drogas continuar a financiar o terror, agradecido das políticas atuais. Como um grande número de líderes mundiais e de ex-presidentes latino-americanos de todos os matizes políticos têm questionado os modelos atuais, devemos fazer o mesmo. O país merece uma discussão aberta, longe de tabus ideológicos e barreiras morais gatille refletir sobre o que é a política certa para o Chile. Devemos nos mover em direção a uma política de drogas com base em ciência, saúde e direitos humanos. Desencadeado por mudanças estruturais, tais como mover o caminho do Ministério da Saúde do Interior, e as mudanças substantivas em relação aos medicamentos maneira estão enfrentando algumas optaram por ser ilegal. Regulamento é o único modelo honesto nos permitem ter uma educação honesta e alternativas de reabilitação conter o consumo efetivo. ____________________ Observatório Latino-Americano de Política de Drogas e Opinião Pública Assuntos do Sul